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Don’t panic: cinco passos para reconhecer e aprender a vencer o medo

Você não sabe, mas ele é um dos seus amigos mais antigos. Afinal, é ele quem guarda nossos segredos mais profundos e, por vezes, nos conhece mais do que nós mesmos. Não sabemos como, mas quando menos esperamos, ele está ali ao nosso lado, carregando alertas de memórias que não queremos viver novamente. Ou também surge querendo nos poupar da dor a qualquer custo, nem que seja diante de experiências que sequer estão próximas a qualquer coisa que já tenhamos vivido antes. Estamos falando do medo, um sentimento primitivo que está no DNA de todos os seres vivos.

Como uma proteção do nosso subconsciente, ele é fortalecido à medida que vivemos e passamos por frustrações e outros momentos duros da nossa jornada. Mas como muitas amizades, esse amigo nos sabota, levado por algum sentimento de posse e insegurança, motivado pela dependência que criamos, já que ele só nos deixa numa zona de conforto da qual não queremos sair.

Por trás do medo, porém, há um portal para vulnerabilidades que, sem querer, revelam muito mais sobre nós mesmos do que imaginamos. Sentir medo é, no fundo, estar em uma batalha para aceitar respostas sobre questões nossas que, muitas vezes, relutamos em compreender que fazem parte do que nós somos. É necessário encarar esse mar gelado diante – e dentro – de nós, e apreciar o mergulho após o susto da queda brusca. Essa é a premissa do Hack Pessoal, imersão profunda da SPUTNiK para a sua empresa, que toca em pontos distantes de qualquer zona confortável, mas muito próximos de potências individuais que, quando despertas, são capazes de construir grandes histórias.

Além disso, contamos aqui como vencer o medo, a partir da premissa de que precisamos antes de tudo encará-lo como algo inerente ao que enxergamos quando estamos diante do espelho.

Cinco sinais de reconhecimento – e que ensinam como vencer o medo

Reunimos alguns sinais de manifestação do medo e, para cada um deles, ensinamos o drible de mestre para jogá-lo para o nosso lado do jogo e, também, deixá-lo de escanteio enquanto marcamos nossos gols na vida:

1) Ele acelera nossa respiração, arregala nossos olhos e causa ondas de choque

Parecem sintomas de paixão, mas aqui os calafrios doem e não nos levam a lugar algum, a não ser o arrependimento em perder uma oportunidade especial diante do bloqueio que alimentamos. O medo cria um estado de alerta importante para situações realmente perigosas. Sem ele, brincaríamos com o fogo e atravessaríamos a rua sem olhar para os lados.

Em um estudo da Northwestern Medicine, 60 voluntários foram avaliados para entender como respiração estava ligada ao medo. Sempre que os participantes vissem determinadas fotos de rostos com expressões de medo, precisavam classificar rapidamente o tipo de emoção que observaram na imagem. Assim, os pesquisadores perceberam que, quando os voluntários viam fotos que demonstravam medo enquanto respiravam o ar, eles reconheciam as expressões assustadas mais rápido do que quando expiravam. Com isso, respirar fundo acaba sendo uma forma de ajudar nosso corpo a reconhecer o medo.

No entanto, o que fazer quando esse estado de alerta é apenas um dispêndio de energia que, se bloqueado, nos torna capazes de fazer aquele discurso bonito em público ou a conduzir a nossa equipe a produzir entregas de outro patamar, assumindo postos de liderança que, com o medo, não nos permitimos chegar perto?

Como vencer o medo nesse caso: Trabalhe a respiração. Felizmente, temos muitas técnicas que hoje exploram o potencial do respirar para devolver equilíbrio e foco ao corpo e à nossa mente. Pense em situações que desencadeiam crises de medo e procure exercícios pausados e prolongados que, a longo prazo, vão trazer mais tranquilidade ao que hoje você abomina. E se o problema também afeta colaboradores do seu time, procure cursos ou exercícios que possam ser praticados em grupo e que, ao mesmo tempo em que trabalham o Team Building, também devolvem a confiança e a produtividade necessária para a equipe.

2) Ele tem cores e uma trilha sonora cinematográfica que seduz e assombra

O medo é visual. Seja para despertar gatilhos de acontecimentos passados, seja para aumentar o nível de expectativas sobre situações que ainda não vivemos, e que, nas mãos do nosso amigo, são apresentadas em um álbum de fotografias que parece ser muito pesado para estar no nosso colo. Basta pensar naquela entrevista de emprego ou na prospecção de um cliente que pode acelerar os negócios da empresa, situações que ainda não foram vividas e que parecem estar muito distantes da nossa capacidade para vivê-los.

Como vencer o medo nesse caso: congele a imagem que assombra. Tire os sons e as cores que você não conhece. A partir do momento em que imaginamos as situações em suas formas nuas e cruas, torna-se mais fácil aproximar-se do evento e impedir que o medo continue entre vocês. Afinal, não vamos mais conseguir descrever porque aquilo nos assombra ou nos parece tão barulhento e pesado aos olhos e ouvidos. Se for uma situação que também é vivida pelo time, é interessante trabalhar com atividades que exercitem o desenvolvimento pessoal de cada colaborador e que, consequentemente, ajudem a administrar medos que podem estar impactando na performance.

3) Ele nos faz acreditar que super-heróis e vilões de quadrinhos existem

Com o medo, conhecemos histórias grandiosas que inspiram a sonhar por um mundo melhor, desde que não seja necessário fazer a nossa parte, uma vez que, segundo nosso amigo nos faz acreditar, somos incapazes. O medo nos transforma em Dom Quixotes que lutam com moinhos de vento, pois estamos sempre tentando seguir os passos de heróis que não somos — e nos conformamos a uma luta eterna contra uma síndrome do impostor que nunca acaba.

Como vencer o medo nesse caso: Ter boas referências é muito importante, mas você já parou para refletir que, antes do final feliz, sempre há um início e um meio? Tem uma ideia maravilhosa para a empresa, mas não confia no seu intraempreendedorismo? Descubra histórias que deram certo e conheça pessoas que saíram da base até alcançarem grandes patamares. Ao estar disposto a acreditar que existem histórias tão próximas da sua, fica mais fácil aproximar-se do sonho e lembrar que super-heróis não existem.

4) Ele apresenta amigos imaginários quando não estamos mais na infância

Quando você menos espera, só acumula desculpas. Encontra, inventa e rebate argumentos internos que só o levam a fugir da ação. O medo nos apresenta a desculpas que só nos levam para o mau caminho — aquele muito distante da entrega que, se uma hora é um sonho, chega o momento em que se transforma em necessidade. E não estamos prontos a fazê-la, porque perdemos o nosso tempo falando sozinhos sobre nossas vulnerabilidades.

Como reverter o sinal ao nosso favor: Troque o diálogo interno pelo caderno. Faça uma lista entendendo por que você acha que não consegue e aja com frieza, pois aqui é o momento de descartar o que é imaginação e o que é fraqueza de fato, arregaçar as mangas para correr atrás do que você ainda não tem e chegar mais perto do que quer.

5) E, por fim, o medo nos leva à praia — mas nos convence a não entrar no mar

Você tem tudo para viver aquele dia ensolarado de forma plena, mas o medo fala que é perigoso entrar na água, porque ela estará fria ou as ondas são agressivas demais. Você tem uma história incrível para compartilhar com o mundo, mas o medo diz que sua oratória pode levar tudo a perder. Trata-se de ter as ferramentas na mão para fazer a diferença, mas seguir, literalmente, a onda do nosso amigo e deixar tudo na gaveta. Porque ele diz que você não dá conta das consequências.

Como reverter o sinal ao nosso favor: Mergulhe. Permita-se colocar um dedinho na beira da água, depois tente um pé inteiro e, quando você menos esperar, já estará dentro das ondas. Se o medo for falar em público, comece a falar com as paredes. Depois passe para os espelhos e aí para as plantas, para os gatos, para os amigos até que, finalmente, você está diante de um auditório lotado. Expor-se ao medo é uma forma radical de enfrentá-lo, mas é a melhor forma de colocá-lo no seu devido lugar para sempre. E se o seu time é incrível, mas também enfrenta um bloqueio generalizado, busque por cursos que o leve a um choque de realidade: a de que ele pode e deve fazer acontecer.

O presente das empresas do futuro