SPUTNIK

A biomimética pode ser a ferramenta de inovação que sua empresa precisa

“O que a natureza faria?”. Apesar de simples, pode ser revelador responder a esta pergunta. Ao mesmo tempo em que vamos nos confrontar com as próprias limitações da nossa humanidade, podemos entrar em um loop de culpas por decisões que só agridem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, limitam nossa própria capacidade evolutiva. Mas calma, podemos ajudar. O curso Impact resgata a pauta que nunca deveria ter saído dos holofotes. A SPUTNiK convoca a responsabilidade social das empresas ao apresentar o passo a passo para serem  sustentáveis e, ao mesmo tempo, protagonistas que geram impacto e valor econômico positivos.

A seguir, vamos apresentar o conceito de biomimética, explicando como seus benefícios podem abrir portas revolucionárias para qualquer tipo de negócio.



Biomimética, um mindset para a inovação consciente

Das asas da libélula para micro veículos aéreos não tripulados. Dos ganchos de sementes para o velcro. Do formato do corpo do peixe cofre ao carro biônico. São exemplos de invenções que foram criadas a partir de um jogo instigante de mímica: a biomimética. Do grego bíos, que significa vida e, mímesis, que significa imitação, esta ciência engloba várias áreas do conhecimento — da engenharia à robótica. O termo foi criado em 1969, mas sua prática é muito anterior: o próprio velcro foi criado no final do século XIX,  a partir das indagações do engenheiro eletrônico suíço Georges de Mestral sobre a presença de sementes presas na sua calça após os seus passeios matinais com o cachorro. 

No decorrer dos séculos, cientistas de diversas áreas passaram a validar a natureza como um berço capaz de responder a todas às questões sociais, em qualquer época. Afinal, ela foi capaz de se reinventar durante todo esse tempo, a partir das suas próprias experiências com a evolução. Desenvolveu a resistência a partir da prática, entre outros aprendizados que, aos poucos, começam a ser utilizados como parâmetros de inovação. Ou seja, uma régua exata para medir até que ponto uma mudança gera, de fato, benefícios e outros valores estratégicos e sustentáveis.

Até que, hoje, encontramos um ambiente corporativo disposto a apostar na Biomimética como uma das maiores ferramentas de inovação dos nossos tempos. Atualmente, já reconhecemos a necessidade de um futuro cada vez menos manufaturado, tal como retrata o título desse artigo, que menciona as provocações trazidas não apenas pela biomimética, como também por diversas áreas do design cada vez mais conectadas com o meio ambiente. Também temos arquitetos que estão olhando para a ciência para pensar em cidades que estejam mais preparadas para o impacto das mudanças climáticas; entre outras propostas que vão das pequenas mudanças cotidianas até às respostas extraordinárias e que, conforme veremos a seguir, também estão totalmente ao nosso alcance.

Por onde começar 

Engenheira, pioneira em trazer da biomimética para o Brasil e CEO da consultoria Amazu, Giane Brocco enfatiza o teor democrático do conceito, que pode ser aplicado por empresas de diversas áreas e que estejam em momentos distintos de amadurecimento de negócios. “Hoje vivemos um momento do mercado em que estamos discutindo novos modelos de negócios e, até mesmo, novas lógicas para a economia. A Biomimética acaba conversando com quem já está vivendo esse diálogo e, aqui no Brasil em especial, podemos criar um celeiro de respostas inovadoras e conscientes a partir da observação da própria Amazônia e da riqueza de seu ecossistema. É algo que está ao alcance do olhar de todos”, celebra. 

Nesse TED, Giane também enumera diversos exemplos de soluções concebidas a partir da biomimética, que são ideais para se inspirar:

https://www.youtube.com/watch?v=fsMRgDzrf6A

Mas, por onde começar? Temos algumas dicas que, certamente, já podem colocar a sua empresa a caminho de uma revolução consciente e de alto valor estratégico. 

  1. Situe o corpo como um bioma vivo de possibilidades 

Incentive a conexão do seu time com o meio ambiente. Ações de Team Building que tenham um olhar para a natureza, incentivando que os colaboradores enxerguem, uns aos outros e a si mesmos, como organismos biológicos que oferecem infinitas possibilidades de criação. Se estamos buscando inovação em asas de borboletas, em formas de corpos de peixes e em outros elementos de outros animais, identificar nossas capacidades de integração — tal como um verdadeiro bioma —, mutabilidade, como os camaleões,  e de fortaleza — dos nossos ossos até às nossas capacidades de resiliência —, estaremos mais abertos a processos mais criativos e engajados em equipe. Antes da inovação,é necessário uma mudança de mindset. Pensar a nós mesmos como tecnologias naturais é o primeiro passo. 

  1. Amplie as formas de olhar

Não é preciso ter uma área formulada de responsabilidade social voltada à sustentabilidade — ainda que, ao adotar a biomimética, haverá, de forma inevitável, a necessidade em ter uma equipe capacitada para se dedicar ao tema. Mas a biomimética desafia a um olhar sistêmico dos processos da empresa. Prepare-se para rever todas as tomadas de decisão realizadas até aqui. Reflita sobre o que já foi feito para otimizar processos. 

  1. Traga para o centro a Experiência do Usuário 

A Amazu, empresa de Giane, é parceira da SPUTNiK, e juntas criamos estratégias para sensibilizar as empresas do poder da biomimética através de cursos corporativos. “Entendemos que os líderes são fundamentais para a implementação de processos inovadores nas empresas. Logo, resgatamos, com eles, a ideia de implementar impactos positivos, e isso acaba passando, de forma inevitável, para a própria relação com a experiência do usuário que deve ser repensada pela empresa”, conta.  Vale lembrar que vivemos um momento em que temos consumidores cada vez mais conscientes dos deveres sociais das empresas, inclusive no que diz respeito à sustentabilidade. Ao mesmo tempo, temos usuários cada vez exigentes quanto à experiência durante todo o seu relacionamento com as empresas. Centralizar a Experiência do Usuário nos propósitos dos negócios, nos aproxima cada vez mais das possibilidades da biomimética, uma vez que estaremos mais atentos à diversidade de demandas que nosso público quer — e cujas respostas encontraremos, com mais disposição e criatividade, na própria natureza.

 

A Biomimética já está entre nós há muito tempo, mas só recentemente passou a ser reconhecida como uma zona de oportunidades inovadoras. Quem investir nela, portanto, terá em mãos um arcabouço de possibilidades que podem levar a capítulos surpreendentes para a empresa, alcançando uma posição de destaque por investir em mudanças que, além de agregar novos valores, também impactam de forma positiva toda a sociedade. 

Reconectar-se com a natureza para buscar oportunidades pode ser um caminho para reconectar-se com os propósitos do que somos — e do que fazemos.   

O presente das empresas do futuro