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Criatividade: o que você ainda não sabe sobre tudo que já foi dito?

Inovação, disrupção, sustentabilidade e, claro, criatividade. Não dá pra dizer com precisão qual dessas palavras, atualmente, teve o seu significado mais esvaziado. Acontece que, para além dos modismos, todas têm um recado precioso para quem busca fazer diferente em meio ao caos. E é da criatividade, especificamente, que iremos falar nesse texto. 

Antes dos anos 50, a criatividade era considerada uma inspiração divina — ou seja, se você não tinha a sorte de recebê-la dos céus, tampouco poderia incentivá-la e desenvolvê-la ao longo da vida. Acontece que em um mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, essa teoria cai por terra. Frente a velhos paradigmas e novos desafios, torna-se cada vez mais necessário buscar soluções inovadoras.

E se você acha que isso é papo de millennial ou de geração Z, está enganado. Há diversos estudos que comprovam como o cérebro é amplamente estimulado por ambientes criativos. Uma pesquisa da empresa norte-americana Haworth apontou, por exemplo, que, quando se trata de pensar no design de um escritório, a cultura organizacional é mais importante que a eficiência e o desempenho. Nesse sentido, empresas que buscam inovação e criação, devem apostar em áreas mais informais e com poucos espaços restritos e fechados.

O fato é que em algum momento da vida profissional — quando não em vários, a depender do emprego que tenhamos — somos cobradas e cobrados por ações criativas. Uma pesquisa da Insperiência, de 2018, mostrou que mais da metade (59,5%) afirma que as empresas pedem para que sejam criativos ou que tragam soluções criativas. Dos entrevistados, apenas 5% disse não se considerar um profissional criativo. Agora, o dado, talvez, mais importante: apesar de mais da metade se sentir cobrada pela criatividade, apenas 25,6% afirmam que as empresas a incentivam.

Mas se o assunto não é novo — e seus benefícios são comprovados — por que tantas empresas ainda não olham com atenção para ele? 

“O termo ficou batido porque ficamos muito tempo tentando definir criatividade no mundo dos negócios e gastamos pouco tempo tentando desenvolvê-la, verdadeiramente, dentro do ambiente corporativo. Precisamos mudar a maneira como abordamos o conceito. Se a gente tentar desenvolver esse potencial, vai entender que um primeiro passo bem simples é fazer com que as pessoas se sintam protagonistas. O segundo, é ter uma escuta ativa, é dar espaço para arriscarem, errarem, testarem novos caminhos. A partir daí, já estaremos fomentando essa skill.” 

Jean Rosier, founder da Perestroika e sócio e professor da SPUTNiK

Uma pesquisa da Steelcase Creativity e The Future of Work Survey aponta que 77% dos funcionários ouvidos acreditam que a criatividade é a habilidade do século 21. Por isso, apostar em ambientes que prezam por essa habilidade, é, inclusive, uma forma de reter os talentos conquistados pelas empresas. a lógica é de ganha-ganha: quando as pessoas têm a opção de estarem em um ambiente mais flexível e livre, a criatividade é desencadeada e a produtividade aumenta — 12% a mais, segundo estudo da Universidade de Warwick, do Reino Unido

Tudo indica que a temática, portanto, já esteja na boca do povo, mas sabemos que nem sempre destravar processos criativos é tarefa simples. Por aqui na SPUTNiK a gente aposta nas três principais habilidades para 2020, segundo o World Economic Forum, para conseguir pensar e agir fora da caixa: a capacidade de solucionar problemas complexos, o desenvolvimento de pensamento crítico e, claro, o incentivo à própria criatividade. É o nosso segredo não tão bem guardado — porque, afinal, do que vale saber e não compartilhar, não é mesmo? 🙂

O presente das empresas do futuro