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“Conhece-te a ti mesmo”: três lições para te guiar no mapeamento de pontos fortes e fracos

O assunto não é novo por aqui. Já mostramos antes que o processo de autoconhecimento demanda muita investigação e interpretação de emoções e atitudes. Nesse percurso, mapear pontos fortes e fracos é tarefa obrigatória para se aproximar de seus valores e experienciar situações agradáveis.

Ao dizer “Conhece-te a ti mesmo”, Sócrates propõe uma viagem introspectiva rumo à consciência e sua capacidade interpretativa. Para o pensador grego, conhecer-se seria o ponto de partida para uma vida mais equilibrada, autêntica e feliz.

O artista Márcio Libar, dentro desse processo, apresenta a arte como uma das mais avançadas tecnologias humanas, capaz de aproximar o homem de si, que passa a se expressar (o que é diferente de comunicar), e, consequentemente, a acessar sentimentos e emoções.


Em entrevista, o educador, palhaço e também professor da SPUTNiK explica: “Eu considero o processo de autoconhecimento como criativo, que começa como uma ideia, até ser alimentada e se tornar um sentimento. Ao abrir as portas para emoções, esse sentimento as convida a dançar, atingindo a primeira etapa do processo criativo: a intenção, que deverá ser expressada”.

Para ele, a expressão artística é a organização dessas emoções. O processo criativo envolve dar conta desse universo emocional, por meio de códigos, signos, gestos, palavras, e atitudes. “Para saber se essa expressão é boa ou não, é preciso interpretar se o espectador que recebe sua comunicação é envolvido emocionalmente”.

A gente também acredita nos benefícios do autoconhecimento tanto na vida pessoal quanto na profissional. E, para aproximar você desse processo, listamos passos simples para mapear seus pontos fortes e fracos. Dá uma olhada!

Defina: qual sua hierarquia de valores?

Márcio Libar destaca como o autoconhecimento está ligado à nossa proximidade de objetos e ações que provocam boas emoções. Mas, para reconhecê-los, é necessário definir uma hierarquia de valores.

Se algo no trabalho causa mau humor, é preciso identificar o problema e reconhecer qual é o valor atribuído a ele por você. Se essa prática não acontecer, uma emoção descontrolada tomará conta da razão, causando expressões e comportamentos estranhos às pessoas que o circundam.

“No final das contas, está tudo relacionado ao acesso às emoções e o reconhecimento de sensações que causam desconforto. Quem transita próximo a seus pontos fortes fica mais perto de seus valores e, assim, mais suscetível à situações agradáveis, e o contrário idem”, comentou o professor integrante do curso de Hack Pessoal da SPUTNiK.

Reflita: quem é você? Quem você quer ser?

Os pensamentos e ideias que você carrega sobre si o coloca em contato com sentimentos que, sequentemente, abrirão portas para determinadas emoções.

Sentir raiva, baixa autoestima ou tristeza por não conseguir raciocinar ou performar como o modelo que você segue é normal, dada que a busca pela perfeição está equivocadamente normatizada em nossas mentes.

Porém, se culpar não mudará sua posição no tabuleiro. É preciso embarcar em uma viagem introspectiva e definir “qual minha impressão sobre mim?” e, depois, “como posso expressá-la?”.

O artista provoca: “Jamais serás quem tu és. Quem tu és? A resposta ideal seria: ‘eu sou’. Eu sou o que? O que eu quiser ser. E é aí que começa o processo de autoconhecimento. Quem você quer ser? Qual ser humano? E o que ainda te impede de sê-lo?”. 

A ideia é sair da condição de criatura para a de criador, que será responsável unicamente pela construção desse indivíduo que é você.


Internalize: o erro é seu melhor amigo (e de sua equipe também)

Como palhaço, Libar brinca com a ideia do erro, já que esse personagem é aquele quem cai, o perdedor, cuja maior habilidade é a aceitação da própria falha e a convivência com o que é aleatório e incontrolável.

“Num cenário onde as empresas estão sempre falando de inovação, criatividade e sobre sair da caixinha, não dá pra você fazer isso se não existir um ambiente de confiança para poder falhar. A única coisa que compromete a performance é o medo de errar e decepcionar”, enfatiza.

É impossível estabelecer um ambiente de plena confiança sem conexões profundas, o que também não acontece se situações de vulnerabilidade forem preservadas e escondidas. 

Para você, líder de um time que busca ampliar resultados, aposte na assimilação e discussão do erro, propondo sempre aprender e reaprender. “Assim é a ciência e a arte. Toda vez que uma empresa tenta trabalhar com a infalibilidade, ela se apoia numa mentira. Você deve se adaptar à falha, o que não impede do aleatório te pegar pelas costas sem você perceber”, completou o educador.

O presente das empresas do futuro