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O que aquele best-seller de autoajuda não vai te contar sobre autoconhecimento

Introspecção rumo ao autoconhecimento: pelo menos desde o século 19, quando Samuel Smiles publica “Autoajuda” — considerado um dos primeiros livros do gênero popular —, há registros no mercado editorial de textos que propõem o exercício de olhar para dentro como forma de investigar a si mesmo. 

Tal busca, aliás, sempre foi analisada por filósofos como Platão, Sócrates, Spinoza e, mais tarde, Nietzsche, Sartre e Freud, que, de acordo com suas respectivas experiências e contextos históricos, presumiram diferentes ideias e práticas de como encontrar o caminho para a autoinvestigação. Na SPUTNiK, levamos a sério essa viagem e vamos dividir, aqui com você, alguns insights sobre o assunto. Vem com a gente. 


Ainda no tempo em que o termo “autoajuda” nem era ouvido, a humanidade já especulava sobre o conhecimento do indivíduo sobre si. Diferentemente de ter consciência sobre objetos e sujeitos alheios a nós, que exigem evidências para que acreditemos em suas existências, o autoconhecimento beira a lógica e o imediatismo, pois tanto o discernimento quanto o acesso ao próprio pensamento estão relacionados à razão experienciada unicamente pela espécie humana. 

O que aquele best-seller de autoajuda não te conta sobre autoconhecimento é que esse processo vai muito além de aprender a contornar problemas, controlar emoções e encontrar o sucesso, pessoal e/ou profissional.

Em primeiro lugar, essa jornada dura toda uma vida, afinal, somos indivíduos mutáveis, que incorporam valores e descartam ideias ao julgarem as realidades em que vivem. Depois,, cada um de nós trilhará o caminho do autoconhecimento à sua maneira e ao seu tempo, o que não acontece prontamente e exige muita reflexão e interpretação sobre atitudes corriqueiras e emoções internalizadas.


A jornada por essa autoanálise parece abstrata e intensa (o que de fato é), porém está mais próxima de você do que parece.

Para servir de guia pelos primeiros passos dessa estrada, a SPUTNiK compartilha quatro dicas que provam por que investir nesse processo pode se tornar o mapa de uma mina de ouro em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Olha só!

Pense sobre quem você foi, é e será!

Ao longo da vida, especulamos sobre diversas possibilidades de quem seremos no futuro. Mas, além desse raciocínio, é importante lembrar quais eram nossas ambições e expectativas do passado para refletir sobre o que de tudo aquilo foi possível realizar no presente.

Pensar na própria história é um belo exercício como ponto de partida do autoconhecimento. Relembre suas fases de menor maturidade e reveja quais eram seus “nós” e como você os solucionou até agora. Resgate memórias de períodos mais ou menos motivados para lembrar que algumas realizações já pareceram distantes demais até se tornarem possíveis, ou até não aconteceram, mas foram seguidas de experiências frutíferas.

Faça também uma leitura do que as pessoas falam sobre suas ações. Pense pelo o que você é criticado e elogiado, para, com uma visão geral, aperfeiçoar o que é positivo e flexibilizar os pontos nos quais existem problemas.

Mapeie mentalmente seus pontos fortes e fracos

Entender nossas qualidades e defeitos permite construir uma identidade mais coerente, assim como lidar com bloqueios e limitações que impedem de prosseguir nosso crescimento pessoal.

Identificar as diferenças e considerá-las ferramentas de poder (e não fraqueza) é um dos primeiros passos do percurso em questão e, afinal, é assim que seremos capazes de guiar pontos fortes e fracos a nosso favor.

Na posição de líder de um time que busca engajamento, é essencial que você se conheça para expressar da melhor maneira suas ideias e reconhecer questões comuns ou opostas a seus colegas, tendo como resultado um workflow orgânico e eficiente.

Como benefício, observará melhorias na gestão de conflitos, na ampliação de possibilidades criativas e no estabelecimento de comunicações mais empáticas e afetuosas.

Todo mundo tem problemas (e você também)

Liderar envolve compreender que todos temos facilidades e dificuldades específicas, facilitando a organização de um time produtivo que, ao mesmo tempo, se sente respeitado.

Toda equipe é composta por pessoas que, às vezes, sentirão raiva por não conseguirem se comunicar, terão baixa autoestima por não ter confiança em suas ideias ou até tristeza pela falta de compreensão.

Dando o ponta pé inicial ao seu processo de autoconhecimento, será capaz de guiar outros colegas nessa missão, pois o reconhecimento da existência de terceiros e dos dilemas que os envolvem só é possível após a visualização e interpretação das suas próprias questões.

Se conhecer para agir e comunicar com liberdade

Em entrevista à SPUTNiK, o artista e professor Márcio Libar destaca como o autoconhecimento está ligado à nossa proximidade de objetos e ações que nos provocam boas emoções. Mas, para reconhecê-los, é necessário definir uma hierarquia de valores.

Se algo no trabalho causa mau humor, é preciso identificar o problema e reconhecer qual é o valor atribuído a ele por você. Se essa prática não acontecer, uma emoção descontrolada tomará conta da razão, causando expressões e comportamentos estranhos às pessoas que o circundam.

“No final das contas, está tudo relacionado ao acesso às emoções e o reconhecimento de sensações que causam desconforto. Quem transita próximo a seus pontos fortes fica mais perto de seus valores e, assim, mais suscetível à situações agradáveis — e o contrário idem”, comentou o professor integrante do curso de Hack Pessoal da SPUTNiK.

Leia a entrevista completa com 3 lições para te guiar no mapeamento de pontos fortes e fracos.

O presente das empresas do futuro