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Empresas que investem em diversidade têm maior probabilidade de ter retorno financeiro acima da média

O título é chamativo. Entrega o que toda empresa, em certa medida, busca: lucro. Mas a verdade é que esse é apenas um dos ganhos que podem ser usados como argumentos para que líderes entendam sua responsabilidade em fazer acontecer a diversidade dentro de seus ambientes de trabalho.

Além do dado da McKinsey, poderíamos falar, também, da tão desejada inovação e de como equipes diversas são o caminho para alcançá-la — um estudo da Accenture mostra que quanto maior a equidade, mais inovadora é a mentalidade de negócio. Ou, ainda, que a aposta em times plurais faz com que os profissionais se sintam mais confiantes e valorizados e que isso melhora a saúde organizacional e, consequentemente, diminui o turnover.

A diversidade na prática

Se, no papel, fica fácil ver o jogo ganha-ganha que está por trás dessa aposta, na prática ainda há um longo caminho para que alcancemos a igualdade tão desejada:

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O que falta, afinal, para que o universo corporativo se comprometa verdadeiramente com a questão?

O que as lideranças tem a dizer?

Diversidade, equidade e inclusão são problemas estruturais e institucionalizados e para que a mudança seja efetiva é necessário que todos os atores sociais estejam envolvidos estratégica e taticamente em sua resolução.

Pensando nisso, recentemente o Think with Google reuniu cinco dicas de líderes globais para apoiar e promover grupos sub-representados em sua força de trabalho. 

Inspire-se nas reflexões e planos de ação das lideranças de Amazon, Accenture, GSK Consumer Healthcare, Nestlé, Ford e Omnicom Media Group: 

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Para impulsionar uma mudança verdadeira, devemos também encorajar os indivíduos a se autopromover e a falar abertamente sobre suas realizações.

A frase “realizações não falam por si pode soar dura, mas muitos líderes veem um valor significativo nesta simples linha, que se tornou um mantra no #IamRemarkable e em muitas organizações de grande porte.

“Se não falarmos por nós mesmos, [nossas realizações] passarão despercebidas na maior parte do tempo”, disse Koro Castellano, da Amazon, que se tornou diretora do Prime Video na Espanha após liderar os esforços globais de diversidade e inclusão na empresa.

“Nós, como líderes, precisamos liderar pelo exemplo. Se pudermos falar abertamente sobre nossas realizações no local de trabalho, nossas equipes se sentirão inspiradas e capacitadas para fazer exatamente a mesma coisa.”

Fale das suas realizações

Algumas normas culturais, muitas ligadas ao gênero, fazem a modéstia parecer algo positivo, o que, combinado à síndrome do impostor, muitas vezes impede as pessoas de reconhecerem e expressarem suas próprias realizações. Isso reprime indivíduos e empresas no mundo inteiro. Os líderes empresariais têm a responsabilidade de incentivar os membros de sua equipe a se manifestar.

A presidente e diretora sênior da Accenture na Índia, Rekha Menon, diz fazer questão de “virar os holofotes” para os indivíduos na organização “que estão hesitantes, e diz a eles que não há problema em ter confiança e falar sobre [suas] habilidades”.

Uma dica prática para gerentes: incentive os membros da equipe a discutirem suas realizações com um colega no qual confiam. Isso é especialmente importante em sua organização para grupos sub-representados. Esse simples ato por si só pode aumentar a autoconfiança individual e deixar as pessoas mais confortáveis com a autopromoção.

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Já ouviu falar que contra fatos não há argumentos?

Castellano, da Amazon, disse que teve um “momento a-ha” quando ouviu o conselho: “Não é ‘contar vantagem’ se for baseado em fatos”. Essa percepção do movimento #IamRemarkable pode levar a uma mudança de mentalidade tanto individual quanto organizacional.

“Aquilo me impactou”, disse Castellano. “Estamos acostumados a confiar em dados e fatos quando defendemos nossos projetos e iniciativas. Mas, curiosamente, não fazemos isso quando falamos sobre nós mesmos ou sobre nossas realizações. Tendemos a esquecer isso. Nós nos comprometemos com regras de falsa modéstia.”

Os líderes devem encorajar suas equipes a falar sobre suas realizações com base em fatos e isso deve ser feito com frequência. A autopromoção deve se tornar um hábito, em vez de um evento único, disse Castellano.

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Os funcionários não se sentirão incentivados a falar sobre seus feitos se não tiverem apoio dentro da organização. Um único aliado é bom, mas, especialmente para grupos sub-representados, uma rede de apoio maior é bem melhor.

Os gerentes podem não ser capazes de dar feedback e apoio regulares a todos os funcionários, mas podem encorajar os membros da equipe a criar laços, oferecer orientação informal ou formar pequenos grupos para apoiar os colegas.

Suporte é tudo!

“Um dos conselhos que tenho dado às pessoas é para ter alguém em quem você confia, que está frequentemente em suas reuniões, observando você, para te dar feedback e dicas”, disse Meredith Herman, vice-presidente de marketing global da GSK Consumer Healthcare.

Esse feedback em tempo real é crucial para o avanço na carreira, disse ela, observando que os companheiros dentro de uma organização — além dos gerentes — são uma ótima opção para obter assistência construtiva regular.

A diretora de marketing global da Nestlé, Aude Gandon, deu um conselho semelhante. “Fale com as pessoas ao seu redor. Às vezes, se você estiver inseguro, isso o ajudará a se sentir mais autoconfiante.”

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Em 2020, os executivos da Ford reagiram à pandemia criando reuniões internas de escuta com pessoas de grupos sub-representados. Parece simples, mas fez uma grande diferença.

“Todos os líderes seniores conduziram reuniões de escuta”, disse Rekha Wunnava, diretora global de design automotivo e construção de TI da Ford. “É incrível a quantidade de insights que você consegue reunir e as pessoas realmente sentem que estão sendo vistas e ouvidas como nunca.”

As reuniões foram criadas por Amal Berry, principal gerente da empresa no setor de diversidade global e esforços de inclusão, depois que ela notou que a pandemia estava exacerbando as desigualdades sociais. Essa iniciativa evoluiu para encontros quinzenais entre gerência e funcionários para compartilhar informações e se conectar sobre questões importantes.

As conquistas devem ser incentivadas

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Sabe uma ótima maneira de inspirar e motivar suas equipes? Incentive indivíduos de grupos sub-representados a se candidatar a prêmios, disse Peter Horgan, CEO do Omnicom Media Group AUNZ.

“Comemore os grandes exemplos de mulheres e de diversidade que você tem no seu negócio e, em particular, os que cresceram em hierarquia e lideram”, disse ele. “Incentive-os a entrar em competições comerciais.”

Este reconhecimento externo pode iluminar uma equipe merecedora e oferecer inspiração para o resto da equipe.

Para obter mais dicas organizacionais e insights de carreira, acesse a nossa série global #IamRemarkable Week – conteúdo disponível em inglês. O evento online aborda temas como diversidade, inclusão e autopromoção, atraindo mais de 30 mil participantes de 70 países. Para explorar mais, visite o site #IamRemarkable.

Fonte: Think with Google

O presente das empresas do futuro