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O que é o mundo BANI e como os negócios podem navegar nele com sucesso

Direcionar o foco para resultados e bem-estar dos times não só é possível como necessário no contexto atual

 

“As organizações enfrentam tempos incertos e confusos”. A frase – que bem define o momento – é a análise que abre o mais novo relatório da Gartner, lançado no início de outubro, sobre as projeções em Recursos Humanos para 2023.

A pesquisa verticaliza esse cenário com “três pressões combinadas que a maioria dos executivos provavelmente nunca experimentou simultaneamente”. São elas: inflação crescente, talento escasso e caro, e restrições de fornecimento global.

Como isso impacta a área de recrutamento e gestão de pessoas? Trazemos uma das principais dores mapeadas na segunda vertical, que dá o tom do desafio:

50% dos líderes de RH esperam um aumento na competição por talentos nos próximos 6 meses.

Ou seja, o que já era complexo, fica mais. É consenso: os negócios atravessam um período (muito) desafiador – percepção que se intensifica quando consideramos que eles já vêm navegando em um mundo BANI.


O que é BANI?

O conceito foi criado pelo antropólogo, futurista e escritor norte-americano Jamais Cascio. A palavra é um acrônimo do inglês:

Brittle – frágil
Anxious – ansioso
Nonlinear – não-linear
Incomprehensible – incompreensível

Cascio lançou o termo em 2018, em um evento do Institute for the Future, um think tank (como são chamadas instituições que elaboram e disseminam conhecimento) sediado no Vale do Silício.

Com o carimbo da meca da inovação, o conceito nasceu forte. E foi ganhando espaço, até se popularizar na pandemia.

Imersos repentinamente no caos, nos deparamos com a necessidade de nominar o momento – como ocorre em qualquer situação extrema, afinal, buscamos diagnósticos que consigam explicar o indefinido e sirvam como suporte cognitivo.

Até então, a conceituação de mundo VUCA predominava para definir o contexto global. Mas ficou obsoleta: as transformações atropelam e BANI passou a ser a explicação mais precisa para o que estamos vivendo.

Como os negócios e os times sobrevivem ao mundo BANI?

Acreditamos que, mais do que sobreviver, é possível viver e até “supraviver” nesse contexto. Fragilidade, ansiedade, não-linearidade e incompreensibilidade trazem, obviamente, uma maré turbulenta. E ela mesma, ao gerar inconstância, também nos prepara com mais força, mais fôlego. E, assim, nos tornamos mais resilientes. 

Entretanto, para isso, precisamos de disposição ao novo – mesmo que incerto. Ou melhor, a aprender com o novo. A incerteza vira escola.

Nesse sentido, no universo corporativo, a aprendizagem desempenha função estratégica, principalmente em momentos como esse. Mas não qualquer aprendizagem.

As soluções para a educação dentro das empresas precisam considerar o contexto: modelos formais não falam a língua do mundo BANI.

Cultura da confiança x BANI

Times e negócios reféns de um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível não evoluem. 

Negociadores ansiosos fecham 11% menos negócios. Isso porque ficam preocupados em se livrar logo de estar naquela situação, por ser uma situação desconfortável. Se trabalhassem um pouco mais a negociação, por pouco tempo poderiam chegar em um acordo melhor”, explica Breno Paquelet, especialista em negociação e professor da SPUTNiK no curso Pacto.

Esse recorte mostra a relevância de sermos fluentes no mundo BANI, ou seja, de saber lidar com as inseguranças, ansiedades e incertezas que ele, inevitavelmente, gera.

Para capacitar os times à travessia do mundo BANI, é fundamental que as empresas direcionem a construção de uma cultura da confiança. Nela, alguns aspectos são fundamentais:

  • Os espaços de aprendizagem se configuram, também, como de acolhida, em que há escuta ativa e consciente;
  • O contexto de cada colaborador vira bússola (e não só os OKRs do negócio) para a implementação de planos de desenvolvimento individuais e coletivos (PDI e PDC) – de saúde-mental à upskilling ou reskilling para digitalização, por exemplo;
  • A única postura top-down é o exemplo, e ele passa pelo encontro pacífico com a vulnerabilidade;
  • As lideranças não precisam ter todas as respostas, mas, sim, saber perguntar;
  • As conexões são firmes e, ao mesmo tempo, flexíveis;
  • A complexidade é abraçada e há espaço para respirar, sentir e inovar;
  • A aprendizagem é compartilhada
  • Uma comunidade começa a ser formatada, que se motiva e se retroalimenta na evolução.

Mas como engajar toda a organização rumo a esses caminhos? É possível aprendê-los. O norte são os estímulos certos, mapeados e alcançados através de estratégia.

Cultura se baseia em organicidade. Se trabalhada com abordagens personalizadas e visão estratégica, se torna mais potente. E, então, chega aos melhores resultados.

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Assista ao manifesto SPUTNiK A Travessia do Aprender.

 

 

 

 

 

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