SPUTNIK

Quando nem 2 noites de sono resolvem

Que dor grita mais na sua empresa e estremece a tomada de decisão? Veja como lidar com as incertezas e acalmar a insegurança, construindo times e lideranças mais assertivos e colaborativos. A solução passa por comunidades de aprendizagem. 

 

Ainda na metade de 2022, quando olhamos para o horizonte do mercado a fim de entender melhor as principais demandas das organizações nesta reta final do ano, encontramos o que veio a ser uma “buzzword” deste Q4: incerteza.

Diagnóstico que, claro, reverbera no coração das empresas, como mapeamos no nosso 1º Panorama de Sentimento das Lideranças. Realizamos a pesquisa entre setembro e outubro. E das 285 pessoas participantes (a maioria, lideranças de médias e grandes empresas), quase que todas – 95,1% – afirmaram que sentem insegurança na tomada de decisão

A principal causa apontada é falta de clareza estratégica, seguida de cenário econômico complexo, falta de conhecimento técnico e despreparo do time. Independente dos sintomas, do tamanho ou do setor da empresa, a verdade é que todos nós – negócios e indivíduos – estamos no mesmo barco de turbulências globais, mudanças intermitentes, desafios constantes.

No Panorama, perguntamos: o que contribui para uma tomada de decisão com mais segurança? Dentre as respostas que mais gritaram, estão:

– Estratégia
– Clareza
– Transparência
– Informações
– Conhecimento
– Agenda de negócio
– Intuição
– Indicadores
– Duas noites de sono

Mas, se para algumas pessoas, duas noites de sono resolvem, o que dizer àquelas para quem o sono nem chega, tamanha a ansiedade gerada pela incerteza?

No artigo “O lado obscuro da vida organizacional”, publicado pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD), o professor Michael Jarrett traz uma consideração poderosa:

“Em suas várias formas, a mudança organizacional ameaça o status quo, as identidades e as relações de poder de nossas instituições e corporações. Evoca ansiedades que perpetuam defesas sociais persistentes contra a mudança.” 

Por isso, é perigoso não atentar para a incerteza e a decorrente insegurança. Como bem orienta Jarret, professor de Prática Gerencial em Comportamento Organizacional da INSEAD: “abrace a bagunça da mudança”.

Do contrário, como aponta Lynda Gratton, professora de prática de gestão na London Business School e especialista em comportamento organizacional, retrocedemos. “Por causa do medo do fracasso, líderes começam a tropeçar em questões de inclusão, pertencimento e identidade. Em vez de serem ousados e adotarem uma mentalidade experimental, eles estão voltando às formas familiares de operar e se tornando menos empáticos com o que os outros querem. Quando tememos o fracasso, recuamos para o conhecido.”

Para não sermos engolidos pelas ondas desafiadoras, precisamos enfrentá-las: entrar e mergulhar nelas, desenvolvendo mais segurança, preparo e estratégia para as seguintes. Nessa lógica, podemos afirmar que segurança é construção.

Como ter lideranças mais seguras?

Como antídoto, respondendo a esse massivo sentimento de insegurança, temos que entender que segurança não é um mastro no qual lideranças e profissionais como um todo encontrarão no meio da tempestade para se segurar. Segurança é processo. Portanto, precisa ser construída.

E nesse trabalho evolutivo, pode haver calma. Para isso, precisa ser intencional. E pode ser leve. Para isso, precisa ser colaborativo. 

Desconhecemos muito do que vamos encontrar à frente. Por quê? Estamos errando a mira? A bússola está defeituosa? O binóculo, embaçado? Parte das respostas habitam, sim, na falta de uma visão estratégica. Mas outra grande parte desse horizonte nebuloso se deve ao fato de ele ser simplesmente, o novo que ainda nem existe – porque o estamos construindo.

Entretanto, essa incerteza sobre o que é o novo não precisa desaguar em medo. Pelo contrário: aí mora a beleza do processo. E ela pode nos salvar, porque sempre foi fonte de inspiração e inovação – ativos que, se trabalharmos do jeito certo para garimpar, nos levam a resultados surpreendentes.

Como fazer isso? Como encontrar a beleza dessa construção, aproveitar toda a riqueza que oferece e, assim, fazer com que lideranças e times se sintam em lugares mais seguros? 

No livro “A organização sem medo – criando segurança psicológica no local de trabalho para aprendizado, inovação e crescimento”, Amy C. Edmondson profetiza:

“Para que o trabalho intelectual floresça, o local onde se trabalha deve fazer as pessoas se sentirem capazes de compartilhar seu conhecimento. Isso significa compartilhar preocupações, questões, erros e ideias mal-formadas. (…) Contratar talentos individuais não é mais suficiente. Eles têm de ser capazes de trabalhar bem juntos.” 

Em síntese: Edmondson apresenta o que podemos aplicar como uma tradução conceitual para comunidades de aprendizagem.

Comunidade como espaço seguro, eficaz e inovador para a educação corporativa

O conceito de comunidade de aprendizagem tem ganhado força no ambiente corporativo. As empresas estão entendendo cada vez mais que treinamentos, upskilling, reskilling, onboarding, e capacitações diversas precisam sair de soluções de prateleira e buscar experiências customizadas.

Isso beneficia tanto o negócio – que consegue atender a dores específicas de forma personalizada – quanto os colaboradores – que passam a ter uma abordagem individual e alcançam o tão desejado “aprender a aprender”. Esse é o conceito da meta-aprendizagem, que impulsiona a intencionalidade de cada profissional no seu processo como aprendiz. E que tem transformado a educação corporativa nas empresas.

Os resultados são efetivos, como temos observado consistentemente nas organizações em que atuamos para a construção de comunidades. O feedback é unânime: gestores e times relatam melhoria no engajamento e na colaboração, na absorção do conhecimento, e no bem-estar. Tudo porque a aprendizagem vem de uma postura intencional.

“Precisamos criar espaços mais intencionais, essa é a raiz do pertencimento”, destaca Cacá Rhenius, head de Aprendizagem da SPUTNiK.

Nesse sentido, uma das metodologias que Cacá Rhenius propõe para (re)pensarmos nossas interações em comunidade é Thinking Environment (“Ambiente para Pensar”). Foi desenvolvida no Reino Unido pela pesquisadora, escritora e professora americana Nancy Kline.

O método se baseia em 10 componentes, construídos a partir da premissa de que “desenvolvemos um pensamento com mais qualidade quando as pessoas ao nosso redor ancoram alguns comportamentos”.

“A coisa mais valiosa que podemos oferecer uns aos outros é a estrutura na qual podemos pensar por nós mesmos”. A frase de Kline explica onde reside a potência da aprendizagem em comunidade: na própria comunidade.

Por que investir em comunidades de aprendizagem?

“Resiliência e humildade andam juntas. Se você está fundamentado no propósito da sua organização, isso lhe dá energia e força para navegar nas tempestades.” Nessa afirmação, Carolyn Dewar sintetiza praticamente um “mantra corporativo”. E tudo o que a sócia da McKinsey & Company e especialista em treinamento de CEOs reúne – resiliência, humildade, fundamentação de propósito, energia, força – nasce nas comunidades de aprendizagem.  

Comunidades nos transportam para um mindset de segurança. Primordialmente, porque:

  1. temos a certeza de que estamos juntos;
  2. em um espaço seguro e estimulante para trocar e aprender; e
  3. onde vamos encontrar empatia e acolhimento, e onde também conseguimos nos exercitar nisso em relação ao outro (outra postura transformadora).

Assim, ao amenizar a insegurança, tirando o melhor do processo e da descoberta do novo, lideranças e times atingem mais assertividade e criatividade. E, com certeza, dormem muito melhor…

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O presente das empresas do futuro