{"id":3822,"date":"2023-03-17T13:39:09","date_gmt":"2023-03-17T16:39:09","guid":{"rendered":"https:\/\/sputnik.works\/?p=3822"},"modified":"2023-05-03T13:33:07","modified_gmt":"2023-05-03T16:33:07","slug":"como-parar-de-condenar-a-idade-e-por-que-os-40-nao-sao-os-novos-30","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sputnik.works\/blog\/2023\/03\/17\/como-parar-de-condenar-a-idade-e-por-que-os-40-nao-sao-os-novos-30","title":{"rendered":"Como parar de condenar a idade (e por que os 40 n\u00e3o s\u00e3o os novos 30)"},"content":{"rendered":"

50% dos colaboradores precisar\u00e3o de reskilling<\/strong> at\u00e9 2025. E nessa fatia, tamb\u00e9m estar\u00e3o as gera\u00e7\u00f5es \u201cmais novas\u201d. Ali\u00e1s, o lifelong learning<\/strong> \u00e9 necessidade recente, dos novos tempos. GenZ e as gera\u00e7\u00f5es seguintes s\u00e3o as que mais precisar\u00e3o estar \u201cem sala de aula\u201d, todo dia e para sempre, porque devem vivenciar com ainda mais intensidade o ritmo exponencial da evolu\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica.<\/span><\/p>\n

O percentual que cito aqui \u00e9 de 2020 (The Future of Jobs Report\/F\u00f3rum Econ\u00f4mico Mundial). Pode, inclusive, ter aumentado. Afinal, ChatGPT (e agora na vers\u00e3o 4, com 100 trilh\u00f5es de par\u00e2metros!) est\u00e1 a\u00ed pra nos lembrar de que tudo est\u00e1 mudando de forma r\u00e1pida e profunda. Afora outros tantos \u201csustos” que temos tomado com AI, n\u00e9?<\/span><\/p>\n

Evoluir \u00e9 bom. Mas algumas mentalidades primitivas – e preconceituosas – precisam evoluir junto.<\/b><\/p>\n

O epis\u00f3dio de etarismo<\/strong> na universidade de Bauru trouxe uma pauta relevante \u00e0 arena p\u00fablica. A sociedade tem, sim, falado mais nos \u00faltimos anos sobre discrimina\u00e7\u00e3o de idade (na SPUTNiK, temos h\u00e1 8 anos uma jornada de aprendizagem voltada exclusivamente para integra\u00e7\u00e3o multigeracional, transetarismo e o futuro sem idades<\/a>). Mas ainda n\u00e3o a discutimos em um n\u00edvel que promova quebras urgentes desse preconceito. Inclusive, em n\u00edvel da linguagem – que \u00e9 uma das nossas roupagens sociol\u00f3gicas e, por isso, importante de ser revista.<\/span><\/p>\n

Por exemplo: falamos muito \u201cos 40 s\u00e3o os novos 30\u201d. Mas ser\u00e1 mesmo que essa express\u00e3o \u00e9 adequada? Sem o intuito de higienizar o discurso, penso que \u00e9 fundamental atentarmos para o arcabou\u00e7o simb\u00f3lico que essa frase levanta.<\/span><\/p>\n

Ao falarmos \u201cos 40 s\u00e3o os novos 30\u201d, \u201cos 50 s\u00e3o os novos 40\u201d, e assim por diante, automaticamente estamos dizendo que a Patr\u00edcia Linares, estudante de Biomedicina – que, ali\u00e1s, comemorou 45 anos nesta ter\u00e7a-feira – s\u00f3 pode estar na faculdade porque as d\u00e9cadas \u201crejuvenesceram\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

\u00c9 como dar \u201cpermiss\u00e3o\u201d para determinada faixa et\u00e1ria usufruir de liberdades que s\u00f3 a sua d\u00e9cada anterior poderia aproveitar, sob uma cultura jovem-c\u00eantrica<\/strong>.<\/span><\/p>\n

Por isso, penso que essa express\u00e3o – que, inclusive, j\u00e1 usei muito – refor\u00e7a um mindset ultrapassado.<\/span><\/p>\n

De novo: a ideia aqui n\u00e3o \u00e9 higienizar a comunica\u00e7\u00e3o. A linguagem simb\u00f3lica \u00e9 bela e inerentemente humana. E claro que essa m\u00e1xima faz sentido quando se refere a par\u00e2metros de sa\u00fade e longevidade (que bom que os 80 sejam os novos 30! Queremos mesmo idosos saud\u00e1veis e ativos e livres de preconceito para fazerem o que quiserem!).<\/span><\/p>\n

Mas, para evoluirmos, \u00e9 essencial revisar os padr\u00f5es socioculturais limitantes que ecoamos – muitas vezes sem nem perceber, com mensagens carregadas de contradi\u00e7\u00f5es.<\/span><\/p>\n

O relat\u00f3rio do F\u00f3rum Econ\u00f4mico Mundial aponta o \u201ccrescimento da ado\u00e7\u00e3o de tecnologia<\/strong>\u201d como o principal motivo da demanda por requalifica\u00e7\u00e3o<\/strong>. Inclusive, temos falado bastante sobre os processos de upskilling e reskilling<\/strong> no nosso report de tend\u00eancias (<\/span>baixe \u201cO \u00f3bvio (re)descoberto\u201d aqui<\/span><\/a>). Pra abarcar essa necessidade constante por novas habilidades, cada vez mais complexas ou distantes (inclusive, as <\/span>human skills<\/span><\/i>), vemos o <\/span>metaskilling<\/b> como o \u00fanico caminho promissor<\/strong> (<\/span>neste artigo<\/a>, a gente aprofunda<\/span>).<\/span><\/p>\n

Ao mesmo tempo, o FEM destaca <\/span>as duas principais habilidades a serem treinadas nos times nos pr\u00f3ximos 5 anos<\/b>:\u00a0<\/span><\/p>\n