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Racismo institucional: o que sua empresa tem a ver com isso?

O racismo institucional é uma forma de discriminação — silenciosa ou não — que privilegia ou exclui determinadas pessoas apenas em função da sua raça. E como o próprio nome sugere, ele pode ocorrer tanto dentro de instituições privadas e órgãos públicos quanto em associações sem fins lucrativos.

Quando falamos nas empresas, por exemplo, um forte indício de racismo institucional é o fato de existir pouca (ou nenhuma) diversidade, bem como um número muito menor de negros ocupando cargos de liderança.

Mas, falando de forma prática: você sabe qual é o papel da sua empresa nessa história?

Bom, se pararmos para pensar, iremos ver que as maiores consequências do racismo institucional são, justamente, a desigualdade salarial e a falta de oportunidades igualitárias entre pessoas brancas e pretas.

A grande questão aqui é: o que sua empresa tem feito para diminuir isso?

Sem julgamentos, queremos lembrar que sempre é um bom momento para investir em diversidade e que, de acordo com dados da McKinsey, esse é, inclusive, um fator que pode aumentar os lucros do seu negócio.

E estamos falando de apenas um dos ganhos que podem ser usados como argumentos para que as empresas entendam a importância de fazer acontecer a diversidade dentro de seus ambientes de trabalho.

Um estudo da Accenture, por exemplo, também mostrou que quanto maior a equidade, mais inovadora é a mentalidade de um negócio, fazendo com que os profissionais se sintam mais confiantes e valorizados, melhorando assim a sua saúde organizacional e, consequentemente, diminuindo o seu turnover.

“Quem tem mais chances de ser morto pela polícia?”  

O levantamento “As faces do racismo” do Instituto Locomotiva, a pedido da Central Única de Favelas, fez essa pergunta para mais três mil pessoas e, para 94% delas, a resposta foi uma só:  “uma pessoa negra”.

“E quem tem mais chances de conseguir um emprego? “

Para 91% das pessoas, a resposta foi: “uma pessoa branca”. Além disso, na opinião de 85% dos entrevistados, uma pessoa branca tem mais chances de cursar uma faculdade do que uma pessoa negra.

Nessa mesma lógica, a renda mensal dos trabalhadores pretos equivale a 55,8% da dos brancos, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que, na prática, o rendimento médio dos trabalhadores brancos é de R$ 2.999, enquanto o dos negros fica em R$ 1.673. 

Esses dados, embora assustadores, revelam uma face muito presente no Brasil, a da desigualdade.

Com isso, a melhor forma de combater o racismo institucional é adotando ações afirmativas como forma de promover a igualdade racial. E isso pode acontecer de diversas formas, uma delas é tornando os seus processos seletivos mais justos e promovendo mais oportunidades para todas as pessoas.

O programa de trainee para pessoas negras, anunciado pelo Magazine Luiza em setembro do ano passado, é um exemplo de ação afirmativa. De acordo com o comunicado da empresa, o objetivo da Magalu “era trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança da companhia, recrutando universitários e recém-formados de todo Brasil, ainda no início da sua vida profissional”.

Outra tendência do momento é o  chamado recrutamento às cegas, que consiste em analisar apenas as competências dos candidatos nas primeiras etapas, sem expor nome, raça, gênero, idade, localização, instituição de ensino e o nome de empresas em que o candidato trabalhou anteriormente.

O cenário corporativo no combate ao racismo institucional

Toda mudança passa pelo RH, pelas lideranças e por uma cultura que seja diversa, plural e inclusiva.

Mas indo do nível macro para um nível mais específico, a consultoria Great Place to Work lista uma série de medidas que podem ser adotadas pela empresa. A primeira delas é a conscientização dos funcionários, ensinando para as pessoas o que é o racismo, como ele é reproduzido e como acabar com isso.

Nesse sentido, é preciso também fazer um planejamento com ações de educação racial, para conscientizar sobre o racismo institucional, esclarecer o que são comportamentos racistas e definir uma política antirracista.

Outra alternativa é  incluir em nossa agenda uma política interna para garantir a visibilidade e o espaço dos funcionários negros, com igualdade de oportunidades e remuneração,  bem como um protocolo corporativo para lidar com denúncias de racismo.

E lembre-se: apoiar a causa negra em redes sociais é legal, mas como a sua empresa pode ir além disso?

Uma cultura de diversidade no local de trabalho é o que realmente importa para as pessoas se sentirem incluídas e necessárias, independentemente de quem elas sejam ou de onde elas vieram.

Fazendo jus ao nome, o Plural nasceu para aplicar a diversidade na sua empresa de um jeito inovador. Quebrando paradigmas, abandonando conceitos antiquados e estabelecendo novos laços de trabalho focados na equidade. Juntos, vamos quebrar o silêncio para falar sobre essas questões urgentes e tão necessárias.

E a sua empresa está pronta para abrir as cortinas para os novos protagonistas?

Então vamos juntos!

 

O presente das empresas do futuro